“O jogo é para o homem como um casulo do qual emanam todas as suas actividades.”
Froebel
Brincar é a actividade preferida da criança. É através do brincar que aprende a conhecer o próprio corpo e as suas capacidades, a desenvolver a sua personalidade e uma forma de encontrar um lugar na sociedade. O jogo permite à criança encontrar-se com a realidade. Jogar e brincar é a forma de a criança se integrar e se desenvolver.
Cfr. Maria de Borja Solé, O jogo infantil, organização das ludotecas, 1992, Lisboa, Instituto de Apoio à Criança, p. 13.
A teoria sobre o jogo foi-se modificando e melhorando ao longo dos tempos. No início foi Spencer quem definiu que o jogo servia para desgastar a energia que sobrava e era visto como um incentivo. De seguida, Hall deu a ideia de que o jogo era como uma recapitulação dos estádios evolutivos do homem e, reportando-nos à Teoria das Espécies de Darwin, “o jogo seria uma preparação para a vida adulta, um entretenimento para o futuro”.
Cfr. Tomás Andrés Tripero, Juegos, Juguetes e Ludotecas, 1991, Madrid, Publicaciones Pablo Montesino, p. 14 -16.
Na nossa era refere-se que “só as coisas que jogam com os jogadores podem ser reconhecidas objectos de jogo”, ou seja, o jogo só é jogo quando se joga com algo . O jogo permite uma confrontação mais fácil com uma situação perturbadora. O jogo é interpretado como uma projecção de desejos e também como uma representação de conflitos e insucessos. A realidade adulta é experimentada na infância através do jogo. “A teoria do jogo está relacionada com a teoria do desenvolvimento da inteligência” e vê “o jogo e a imitação como uma parte integrante do desenvolvimento da inteligência e, portanto, passam pelos mesmos períodos.”
Cfr. Buytendijk, El juego y su significado in Revista de Occidente, 1935, Madrid.
Cfr. Freud, Adolescence, 1901, New York, Apleton.
Cfr. Piaget, Play, dreams and imitation in childhood, 1951, New York, Norton.
O jogo é responsável por facilitar o processo da construção da identidade e da sociabilização. Como tal, o jogar tem funções educativas, sociais e culturais. O jogo deve ser libertador da rotina e da obrigação, ou seja, o jogo “permite ao indivíduo realizar o seu Eu”.
Piaget, Play, dreams and imitation in childhood, 1951, New York, Norton, p.20.
No jogo social reconstituem os papéis adultos e as suas interacções sociais. Este jogo tem uma forte componente de ficção e é a característica essencial de toda a actividade lúdica. O jogo é uma necessidade vital, um meio de aprendizagem, expressão e comunicação com os outros.
Cfr. Maria de Borja Solé, O jogo infantil, organização das ludotecas, 1992, Lisboa, Instituto de Apoio à Criança, p. 16.
O jogo ajuda as crianças a conseguirem uma confiança em si mesmas e nas suas capacidades e permite que experimentem as interacções com os outros. Induz às crianças o desenvolvimento de capacidades que permitem que elas sejam mais tolerantes e que explorem as próprias potencialidades e limitações , porque, “o jogo é uma realidade modificadora, e sobretudo motivadora, do desenvolvimento mental da criança” . O jogo não lhe satisfaz o desejo imediatamente, mas tende a satisfazê-lo mediante uma situação imaginária, pois, é a insatisfação de um desejo que possibilita o jogo.
Cfr. Moyles, El juego en la educación infantil y primaria, col. Pedagogía- educación infantil y primaria, 1990, Madrid, Ediciones Morata, S.A., p. 22.
Vygotsky, El papel del juego en el desorden in El desarrollo de los procesos nerviosos superiores, 1982, Barcelona.
Cfr. Maria de Borja Solé, O jogo infantil, organização das ludotecas, 1992, Lisboa, Instituto de Apoio à Criança, p. 20.
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28/02/2011
22/02/2011
Ludotecas - Espaços, Objectos e Jogos I
Definição de Ludoteca
“Um oásis de sombra e luz em que as crianças se encontram consigo mesmas e com a alegria de viver, tão “deliberadamente” banida das escolas convencionais.”
Fernando António Gonçalves Azevedo
Temos que partir da ideia de que uma Ludoteca não é uma escola e, segundo a definição da Associação Internacional de Ludotecas, “é um serviço que oferece aos seus membros uma possibilidade de jogo partilhado ou empréstimo de jogos. Uma Ludoteca pode funcionar por iniciativa de indivíduos, de associações caritativas, de organizações sem fins lucrativos, poderes locais, regionais ou nacionais, ou de qualquer outra instituição deste género. Os membros das Ludotecas podem ser crianças, professores, pessoal hospitalar, pacientes ou um conjunto de pessoas interessadas pelo brinquedo ou pelo jogo. Dentro do possível, as Ludotecas funcionam como um equipamento comunitário, oferecendo para além do empréstimo de brinquedos, informação, orientação e apoio aos seus utilizadores. As Ludotecas recebem as pessoas sem discriminação de raça, sexo, deficiência, religião ou língua nacional.”
Está na hora de brincar- Fórum: a actividade lúdica no distrito da Guarda, resumo das comunicações, 1998, p. 7.
As ludotecas realizam funções pedagógicas por possuírem brinquedos que sejam próprios para o desenvolvimento infantil através da imaginação e do jogo; sociais porque têm o dever de fazer chegar os brinquedos às crianças oriundas de famílias desfavorecidas; comunitárias pois dá a oportunidade às crianças de brincarem em grupo; comunicativas entre as famílias por reviver as brincadeiras no seio familiar e de animação de bairro porque possibilita que as crianças e as famílias tenham à sua disposição actividades recreativas e formativas.
São seus objectivos o empréstimo de brinquedos às crianças, a prática de jogos ou brincadeiras em grupos de idades semelhantes, o aumento e a melhoria da comunicação e relação entre as crianças e adultos, a orientação dos pais para a escolha adequada de brinquedos, possuir material lúdico adequado às crianças desfavorecidas, a reparação de brinquedos danificados, a invenção de brinquedos e a realização de actividades de animação com os jogos e com os brinquedos, o teste dos brinquedos de forma a analisar a sua qualidade e ceder a informação aos fabricantes de brinquedos.
Cfr. Maria de Borja Solé, O jogo infantil, organização das ludotecas, 1992, Lisboa, Instituto de Apoio à Criança, p. 43-45.
“Um oásis de sombra e luz em que as crianças se encontram consigo mesmas e com a alegria de viver, tão “deliberadamente” banida das escolas convencionais.”
Fernando António Gonçalves Azevedo
Temos que partir da ideia de que uma Ludoteca não é uma escola e, segundo a definição da Associação Internacional de Ludotecas, “é um serviço que oferece aos seus membros uma possibilidade de jogo partilhado ou empréstimo de jogos. Uma Ludoteca pode funcionar por iniciativa de indivíduos, de associações caritativas, de organizações sem fins lucrativos, poderes locais, regionais ou nacionais, ou de qualquer outra instituição deste género. Os membros das Ludotecas podem ser crianças, professores, pessoal hospitalar, pacientes ou um conjunto de pessoas interessadas pelo brinquedo ou pelo jogo. Dentro do possível, as Ludotecas funcionam como um equipamento comunitário, oferecendo para além do empréstimo de brinquedos, informação, orientação e apoio aos seus utilizadores. As Ludotecas recebem as pessoas sem discriminação de raça, sexo, deficiência, religião ou língua nacional.”
Está na hora de brincar- Fórum: a actividade lúdica no distrito da Guarda, resumo das comunicações, 1998, p. 7.
As ludotecas realizam funções pedagógicas por possuírem brinquedos que sejam próprios para o desenvolvimento infantil através da imaginação e do jogo; sociais porque têm o dever de fazer chegar os brinquedos às crianças oriundas de famílias desfavorecidas; comunitárias pois dá a oportunidade às crianças de brincarem em grupo; comunicativas entre as famílias por reviver as brincadeiras no seio familiar e de animação de bairro porque possibilita que as crianças e as famílias tenham à sua disposição actividades recreativas e formativas.
São seus objectivos o empréstimo de brinquedos às crianças, a prática de jogos ou brincadeiras em grupos de idades semelhantes, o aumento e a melhoria da comunicação e relação entre as crianças e adultos, a orientação dos pais para a escolha adequada de brinquedos, possuir material lúdico adequado às crianças desfavorecidas, a reparação de brinquedos danificados, a invenção de brinquedos e a realização de actividades de animação com os jogos e com os brinquedos, o teste dos brinquedos de forma a analisar a sua qualidade e ceder a informação aos fabricantes de brinquedos.
Cfr. Maria de Borja Solé, O jogo infantil, organização das ludotecas, 1992, Lisboa, Instituto de Apoio à Criança, p. 43-45.
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