O animador é um elemento fulcral na animação pois, sem ele jamais haveria processo de Animação. É um interventor a nível social e cultural que sabe descobrir e estimular as potencialidades individuais e colectivas e adaptar-se constantemente ao público e ao meio onde trabalha.
O animador sociocultural é aquele que cria condições favoráveis ao desenvolvimento do processo participativo promovendo:
- O desenvolvimento das potencialidades dos grupos e das comunidades;
- A planificação participada das actividades;
- A facilitação da intercomunicação;
- O respeito das ideias dos outros;
- A aceitação das diferenças;
- A promoção da autonomia individual e colectiva;
- A gestão positiva dos conflitos.
O animador constitui uma peça chave no processo da animação, é um profissional facilitador e dinamizador das funções da animação, da sua intervenção, planificação, gestão e avaliação. Assume cada vez mais, um papel facilitador e mediador na sociedade, através do fornecimento de novos meios, técnicas e métodos de mudança cultural, social e educacional. É uma pessoa dinâmica que pretende pôr em prática o sistema de valores em que acredita. É responsável, sociável e gosta de partilhar responsabilidades no trabalho em equipa. É aberto à mudança e sabe ouvir sem manipular as ideias dos outros.
Segundo Bento1, o perfil e papel do Animador deve assentar num quadro de animador generalista – “Um especialista das generalidades, sobretudo um coordenador de grupos, sensível, culto, dinâmico, discreto, solidário e democrata. Um conhecedor de um conjunto de instrumentos que lhe permita tornar eficaz a sua intervenção. Esses instrumentos serão os conhecimentos teóricos e práticos que funcionarão como processos de partida para a sua intervenção junto dos grupos. Será, naturalmente, um conjunto de disciplinas da área das ciências sociais e humanas, o domínio da língua materna e, eventualmente, de uma língua estrangeira. (…) o conhecimento de algumas técnicas de condução de grupos e de alguns saberes políticos”.
O Animador Educativo e Sociocultural desempenha competências pessoais, pedagógicas e técnicas.
Nas Competências Pessoais o animador deve ser especialista e generalista, comunicador, sociável, responsável, dinâmico, criativo, imparcial, entusiástico, empático, adaptável, polivalente, ter iniciativa, autónoma, etc.
Nas Competências Pedagógicas o animador deve saber informar, educar e incentivar.
Nas Competências Técnicas o animador deve dominar conhecimentos gerais, conhecimentos científicos, fenómenos de grupo, métodos, técnicas e instrumentos, expressão oral e escrita, técnicas de recolha de dados, meios informáticos e multimédia.
O animador Sociocultural é um profissional que organiza, gere, desenvolve e coordena actividades e projectos de animação sociocultural para o desenvolvimento das comunidades, utilizando técnicas e recursos adequados, com o objectivo de desenvolver o espírito de pertença, cooperação, participação e solidariedade dos indivíduos.
Para Bento2 “o animador sociocultural é, de facto, um agente do desenvolvimento. Por essa circunstância, deve desempenhar funções gerais ou específicas conducentes ao êxito da melhoria da qualidade de vida das populações: comprometendo-se a estar atento à tradição e inovação cultural, obrigando-se a incentivar, apelar e organizar a participação dos indivíduos e tornando-se um ponto de referência dos valores e da democracia”.
A participação é um elemento fundamental no desenvolvimento sociocultural. Todos os protagonistas deste processo devem ter a experiência de se colocar simultaneamente nos papéis de observador e participante.
Falar de desenvolvimento cultural sem querer perceber a importância dos fenómenos da transmissão e difusão dos bens culturais, é rejeitar a oportunidade única, das comunidades fazerem a sua própria historia. A possibilidade de usufruírem do conhecimento do seu património cultural e de se consciencializarem para a sua conservação; dar importância ao seu desenvolvimento cultural, ignorando a educação é negar ás comunidades o seu crescimento intelectual, assim como inviabiliza a capacidade de se entender a democracia e uma das suas regras, a igualdade no direito de oportunidades; enfim, pensar no desenvolvimento cultural, sem reconhecer a necessidade das populações, é negar-lhes a capacidade de tomar decisões e afirmar vontades.
Avelino Bento cita que “a participação pode e deve projectar atitudes, desejos, necessidades e dinâmicas, também elas de dimensão pluralista e capazes de funcionar entre o indivíduo e o grupo e entre estes e a comunidade”3.
Incentivar as comunidades à participação é fazer sair as pessoas da passividade, do desinteresse e da apatia, para as envolver num processo de participação e criatividade. Para isto é conveniente utilizar métodos participativos.
Notas bibliográficas:
BENTO, A., “Teatro e Animação – outros percursos do desenvolvimento sócio-cultural no Alto-Alentejo”, Edições Colibri, Lisboa (2003), p.120-121.
BENTO, A., Ob. Cit., 2003
BENTO, A., Ob. Cit., 2003
BENTO, A., Ob. Cit., 2003, p. 59.
12/05/2010
O Animador Educativo e Sociocultural e a Participação das Comunidades nos processos de Animação
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