22/02/2011

O UE FAZER EM RELAÇÃO AOS PAIS QUE SE DEMITEM DA SUA TAREFA?

Ao ler um artigo deste blog http://amolinguaportuguesa.blogspot.com, por Isabel Crippa, deparei-me com a pergunta final, o que fazer?

A verdade é que é difícil manter os pais a trabalhar com a escola e tal facto traz muitos problemas, tal como a autora identificou: "alunos totalmente desmotivados para a aprendizagem, resistentes a toda a forma de limite. Parecem que vivem num mundo a parte, isentos de toda e qualquer regra que não sejam as deles mesmos."

E o problema já foi descoberto:
Pais que não estão e nunca estarão preparados para terem filhos, fazem-no em demasia, criam-os sem a menor noção de valores, e depois mandam-os para a escola, achando que ela fará o milagre de incutir valores que são de seu compromisso, visto que a família é a célula primeira da sociedade.

No entanto, discordo com o facto de os pais esperarem que a escola faz milagres, pois se assim fosse, não se veriam pais a reclamar ou a interpor processos disciplinares aos professores, que depois de esgotados, tentam fazer algo mais brusco com os alunos. Não falo em violência, isso não! Falo em trabalhos de integração na comunidade escolar, como ajudar na limpeza da escola ou na manutenção do espaço escolar. Há pais que se recusam a este tipo de autorização alegando que os filhos não merecem. Aquilo que tenho a dizer é que os pais apenas passam, no máximo, 5 horas com os filhos. A escola tem os seus filhos durante o dia inteiro. Nós, Professores e Técnicos educativos, conhecemos melhor os filhos que os pais.
De facto, a confiança dos pais na escola dificulta o nosso trabalho, proibindo-o mesmo. Há leis e estatutos, com responsabilidades para os pais e alunos. Mas as medidas não são aplicadas, ou as que são, não causam danos.

Vou dar um exemplo: Sempre fui aluna de Bolsa de Estudo na Faculdade. Para continuar a ter essa Bolsa no ano seguinte, durante 4 anos (duração da licenciatura) tinha que ter aproveitamento escolar, ou seja passar de ano, e se passasse sem qualquer negativa tinha um prémio, um incremento de um determinado valor.

Pergunto então, porque é que os filhos chumbam , uma duas e 3 vezes e os subsídios não são cortados aos pais? Talvez assim os pais se interessassem mais pela escola e pelo sucesso escolar, já que também seriam aumentados caso os filhos tivessem aproveitamento.

Talvez uma outra solução passe por uma mediação efectiva e profissional entre a família e a escola. O trabalho de mediação é feito por equipas multidisciplinares e são, por vezes, as pontes necessárias entre a família e a escola e vice-versa.

Apostar em trabalho comunitário com os profissionais de ensino nos bairros problemáticos demonstra a importância da escola, a preocupação que este tem com os seus assuntos e se não vão os pais à escola, vai a escola aos pais. Programas de esclarecimento, formações, seriam importantes.

Fica o meu contributo, pois se queremos mudança, temos que arregaçar as mangas. No papel nada se resolve.

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